Não deve ser à toa que se nasce na primeira lua cheia do outono de uma era transformadeira. É tanto, tanto a transmutar.
Então peguei pela mão a Bruninha de 7 anos - minha pequena miss moonshine - e começamos uma dança.
Batemos forte os pés no chão, sacudimos os braços como deu vontade, balançamos as cadeiras...
E foram caindo casquinhas de machucado pelo chão.
A gente tinha, nessa noite, 25 anos de diferença. E não fazia diferença.
A menina vestida de odalisca pro carnaval da escolinha foi alegre, mas voltou nocauteada. "Rainha das banhas".
Dessa dança em diante, focamos mais na parte em que o projeto de homem - na época mais velho, mais alto, mais forte - reconheceu a realeza dela-minha, até mesmo quando acuada sozinha.
Quantos anos foram pra gente entender que não há nem nunca houve nada de errado com um corpo capaz de sentir tanto, aprender tanto, resistir, fluir, brincar, viajar... Que nave!
Quanta treta passamos (contra o próprio corpo também) até que a raiva faminta de vingança se transformasse em sede por curar uma cultura doente...
Pequena, te amo. Corpo, desculpa, te amo.
E agradeço, agradeço.
Hoje, peço a mim - e peço ajuda - pra que minhas atitudes sigam sabidas do que nos move.
Lurdez da Luz deu a letra: "é love".