Nutrindo e sendo nutrida pela minha teia, tenho lembrado demais de quando Galeano contou que "esse mundo doente está grávido de outro". E já tem uns (nem tão) bons anos, que a gente sente as contrações. Mais e mais frequentes. Deve estar próximo o parto. Trabalho para muitos e maravilhosos úteros, juntos. Juntas.
Porta de entrada é uma falta. Ou muitas. E o que vicia é o alívio. Alternar entre prazer e dor. Coisa esquisita essa de, ao olhar de qualquer jeito pros nossos problemas coletivos, culpar - com violência - uma ou outra substância. Glorificar - anestesiados - uma ou outra substância. Quando o principal é sobre "desejo, necessidade, vontade" (ânsias). Bem que, em nossos mergulhos afobados entre venenos e remédios, a gente podia aprofundar um pouquinho - buscar e encontrar curas. Já pensou? Se fosse tramada uma guerra às dores? À raiz das dores? E as drogas fossem deixadas onde sempre estiveram... (por todos os lados) Comida, com Marisa Monte
Vou por um caminho que lembra cebola dourando: tem espera, algum medo de queimar, um cheiro gostoso (e tantas vezes ele me entusiasmou!), "barulhinho bom" e vontade de temperar.
Aqui lanço os pedacinhos, "produto que é interno e bruto", dos devaneios de trajeto.