quarta-feira, 30 de julho de 2008

cerveja

cerveja

Cerveja gelada no copo de requeijão.
O vidro é estampado por um cão cinzento.
Igual ao gato que se avessa pela casa.
De um colchão dobrado, foi feito sofá.
Porta, janelas, mas por que espairecer?
Lá fora, movimentam o som da rua cheia.
Aqui, cabeça vazia de tão tranquila.

domingo, 27 de julho de 2008

outros

outros

Outros terços dos 90. Na Sunset Burguer era pão com salsicha e queijo. O cara da rua de trás era o Kevin; a garota, Beckham. A adolescente confessa era a Diana. Enquanto a Ranger era amarela, bala e gelatina, só vermelhas. A mamona não era Jumento Celestino (exigia coordenação demais), era Chopis Centis. Esportes? Pebolim, porco, queimada e tapão.
No terceiro terço, a Sunset faliu. Kevin e Beckham deram lugar a uns cabeludos de flanela. Com Sonic e Chun Li, era uma negação bem divertida. A Diana pareceu uma chata, igual aos Rangers, quando passaram a ter cores novas. Mamonas muito lentas para fazer chorar tias na tv, eca! As balas mais gostosas continuaram vermelhas.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

primeiro

primeiro

Primeiro terço dos noventa.
Foi quando começou a ser mais aberta com os colegas e o gosto por poder... ajudar.
Foram dois meses para superar expectativas. Quatro para ficar mais alegre.
Dois para mostrar que gosta de elogios. Todo o resto para não saber lidar com eles.
Do desenho livre saía caneca de café, menina, bombeiro, pinóquio.
E mais cama, espinhos, sapato da menina, casa, formiga, nariz dele.
Céu, bobo, árvore, irmã, escada, bola, monstro, fada do pinóquio.
Diziam que iria longe, mas não devia apertar tanto o giz (borra o desenho).

sexta-feira, 18 de julho de 2008

andar

andar

Andar por aí. Isso às vezes mostra umas cenas que caberiam nos filmes.
# Um violinista de estação ensinando uma menininha a tocar [dá para a Disney rodar e vai ver gente chorando igual quando morre o pai do Simba]
# Um cara chutando compulsivamente uma casca de banana para a rua [cabe fácil num filme de gente cheia de manias]
# Um vira-latas com coleira de camurça azul-bebê, todo preocupado e comportado na porta do hospital. Lá dentro, mais uma menina de filme dormindinha no colo do pai [dá para a Disney rodar e...]

quinta-feira, 17 de julho de 2008

tinha

tinha

Tinha tanta perturbação em ver de novo o que já vira, ouvir a mesma ladainha, ser mandado fazer o que já ia... Que seu maior medo era não agüentar, decidir acabar com isso num pulo, mas ser empurrado antes.
Nesse conflito ele seguia, para o azar dos dedos, das unhas, dos cabelos, dos amigos. Inchados de estralar, roídas até o sangue, arrancados ou comidos, quase o fim da conversa do bar.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

pessoa

pessoa

Pessoa nenhuma achou graça, exceto ela, quando respondeu à pergunta astrológica:

- Áries, mas só quando eu bebo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

talvez

talvez

Talvez não sejam coletivas, mas é improvável que algumas analogias sejam de um inconsciente só. [tão improvável quanto as coisas de uma única pessoa no planeta dos tantos bilhões, mas vamos lá:]

# A coruja como um ser sabichão
# O 6 como um número cor-de-rosa

Difícil é explicar o que acontece com o A, a primeira letra que muda sua cor de cartilha em cartilha.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

falar

falar

Falar certas coisas acaba com elas.
Fechar o livro e
- Que lição?
Deixar o teatro e
- Interpretação?
Aula de fato boa
- Vai ter chamada?
Hum...
- Foi bom?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

sem

sem

Sem responsabilidade alguma pelo conteúdo. Toda culpada pela pescoçada na leitura de estranhos.

# "Canção de louvor à felicidade conjugal." (?)

# "Minha mãe morreu no dia de Natal. Agora, por favor deixe-me sozinha." (!)

# "A felicidade depende da sua liberdade." (...)

entre

entre

Entre tabus e tábuas. Síncopas e síncopes. Sem roupa, sem casco, cascas, cápsulas.
Tudo é rotina, nada é corriqueiro: gente ainda se afeta, gente ainda se afasta.