sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

mundo

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Mundo onde tanta gente se perde por não caber. Dentro dele ou dentro do próprio corpo.
Gente se vai por parar de comer. Ou por não parar de comer.
Tem formas mais rápidas também, e muitos motivos.
Aqui, trocamos sutilezas que, por fora nada, por dentro bigorna.
Ninguém está completamente blindado aos julgamentos alheios. E que coisa estranha ter que viver blindada.
Ninguém, muito menos as crianças, menos ainda as meninas, as gordas, as negras...
Sem querer, machucamos as pessoas.
Sem perceber, somos peça do todo que um dia pode destruir alguém.
Lindo seria todo mundo se ajudar, trabalhar pra ficar melhor.
A coisa mais bonita que tenho visto é gente, toda gente, qualquer gente, inteiras ou quase, trabalhando pra ser melhor, da pele pra dentro, pele pra fora.
Mas o tribunal que define o que é bonito não tem olho de ver essa beleza.
Aí se limita o bonito à bunda sem celulite, a bunda com celulite, o asana feito só pra postar no Instagram, entre tantas outras coisas de casca.
E a gente tem, além da superficialidade, isso de meter os pés pelas mãos, de tentar elogiar e acabar ofendendo, de opinar onde não foi chamado, de tentar ajudar, mas só fazer doer feridas, de atrapalhar a saúde psicológica de alguém enquanto se diz preocupado com a saúde dessa mesma pessoa.
Um aparentemente ingênuo toque, dica ou comentário sobre algo que se sugere que a pessoa deva mudar ou não gostar em seu corpo. É como cutucar alguém, sem pedir licença e "Ei, como é que você se aceita assim? O que você ainda está fazendo aqui assim?"
Dependendo do peso que a ouvinte dá pro assunto ou pra quem fala, pode ser devastador.
Em dúvida se o que dizemos é saudável ou tranquilo pra quem ouve, melhor seria simplesmente deixar as pessoas em paz.

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